“Se o “botão terapêutico” estiver nos pés, um reflexologista o encontrará.” Spiros Dimitrakoulas Reflexologista Ortopédico 48 anos Grego/Canadiano Vive em Argos – Grécia Tem 2 locais de atendimento – um em Atenas; outro em Argos. É professor de reflexologia na Natural Health Science (NHS), Atenas. Países onde ensinou Reflexologia Ortopédica: Canada, África do Sul, Reino Unido, Bélgica, Irlanda, Nova Iorque, Polónia, Itália, Holanda.
Conheci Spiros Dimitrakoulas em Setembro de 2019. Participei no seu curso de Reflexologia Ortopédica na Grécia - foi uma grande aprendizagem e um grande inspirador para mim. Vamos ler o que Spiros tem para nos dizer :) Como e onde se encontrou com a Reflexologia? Em 1992 tornei-me o motorista de um médico em Atenas; ele praticava reflexologia com muito sucesso. Comecei como seu aprendiz.
Porque decidiu ser Reflexologista? Foi natural, gostei de fazer reflexologia; adoro os resultados - são surpreendentes; e a satisfação das pessoas.
Quando e onde estudou Reflexologia? Para além de aprender com o médico, estudei 2 anos (1999-2000). Claro, depois estudei outras modalidades de medicina complementar e alternativa. Em 2002 fui para a China praticar no Hospital Universitário. O meu maior tutor é Nico Pauly da Bélgica.
Quando aparece a Reflexologia Ortopédica? Como a descreve? Depois da prática na China comecei a pensar se Hipócrates teria dito algo sobre este assunto. Acontece que sim, fez. Além disso, há uma questão relativamente à reflexologia em todo o mundo - existem muitos mapas e muitos estilos. Todos afirmam que são eficientes! Questiono: como é possível? Por causa disto, e de acordo com os ensinamentos de Hipócrates, comecei-me a afastar desta parte da reflexologia e comecei a estudar anatomia e fisiologia específicas dos pés.
Quais os benefícios da Reflexologia Ortopédica? A Reflexologia Ortopédica complementa a Reflexologia “Clássica/Convencional” pois o praticante sabe exactamente onde está a tocar e a qualidade do tecido. As técnicas com base neste conhecimento trazem os melhores resultados possíveis. Claro que aplicando as directrizes de Hipócrates em “esfregar” e trabalhar através dos 4 meridianos descritos por ele é ainda mais benéfico.
Quão é diferente a Reflexologia Ortopédica da Reflexologia “Clássica/Convencional”? A Reflexologia “Clássica/Convencional” como a conhecemos hoje afastou-se dos ensinamentos originais de Eunice Ingham (fundadora da reflexologia). Decidi respeitar os seus ensinamentos como uma base sólida e acrescentar os ensinamentos de Hipócrates, melhorando-a. Outra diferença é o facto de acrescentar os 4 meridianos de Hipócrates e a sua teoria humoral (teoria dos 4 humores). O temperamento do cliente e o ambiente em que vive são importantes na Reflexologia Ortopédica. Estas e outras informações são tidas sempre em consideração, como Hipócrates nos aconselhou a fazer. Um reflexologista ortopédico também é um especialista em anatomia/ fisiologia dos membros inferiores.
E como pode ser integrada com a Reflexologia "Clássica/Convencional"? Sem quaisquer problemas. A Reflexologia Ortopédica apenas a torna melhor. Na Grécia, temos um ditado: "O inimigo do bom é o melhor!"
Qual é a experiência pessoal com a Reflexologia Ortopédica? Hoje em dia a Reflexologia é algo como um tratamento “spa” relaxante, técnicas suaves maioritariamente. Isto é óptimo principalmente quando o cliente precisa. Mas e o que acontece quando o cliente tem reflexos perturbados? E se estiverem profundos no pé? No meu trabalho, tenho visto clientes bastante satisfeitos com a Reflexologia Ortopédica, principalmente idosos que pretendem autonomia na mobilidade e atletas de alto desempenho que desejam fazer melhor. Alguns anos atrás, comecei a jogar andebol novamente e gostava quando estudantes meus vinham ao campo preparar os meus pés, ou seja, preparar-me. Joguei muito bem aos 46 anos de idade.
Conte um caso de sucesso... Os mais interessantes são os casos onde não fui capaz de ajudar... Mas o melhor caso de sucesso sou eu mesmo; mudei-me do Canadá para a Grécia. Não conhecia o idioma e tive de aprender, já em idade avançada. Esta situação causou problemas para mim - não pude seguir os estudos clássicos. Ao envolver-me com a Reflexologia e mais tarde, com a Reflexologia Ortopédica proporcionou-me ter sucesso como profissional e educador; ajudou-me a trabalhar em pacientes com dor em hospitais ao lado de excelentes médicos, na área do desporto e noutros lugares. Por falar em desporto, em 2011 comecei a trabalhar com a equipa de andebol masculina Diomides. Naquela temporada, a equipa tinha 9 bons jogadores e 7 jovens substitutos que raramente jogavam. Nesse ano Diomides com apenas 9 jogadores ganhou a Taça do Campeonato da Federação Europeia de Andebol e o Campeonato Grego. As estatísticas do clube disseram que tiveram um decréscimo de 40% nas despesas médicas e menos jogadores falhavam os jogos. Não tivemos feridos nesse ano. Parece-me uma excelente medida preventiva.
Que tipo de patologias trata mais? Maioritariamente músculo-esqueléticas e assuntos relacionados com stress.
Qual a principal motivação para ser Reflexologista? A minha felicidade, ao estar em benefício dos outros.
É professor! Que conselhos diria para ser um bom Reflexologista? (3 conselhos) Amar a reflexologia. Aprender boas técnicas; melhor, aprender técnicas excelentes. Os resultados através dos clientes; boca em boca é a melhor referência.
O que torna a Reflexologia diferente de outras terapias complementares? Principalmente porque é aplicada nos pés; nenhum outro terapeuta trabalha nos pés como nós e definitivamente, não com o rigor e paixão como o fazemos. Se o “botão terapêutico” estiver nos pés, um reflexologista o encontrará.
O que diria a alguém que nunca experimentou um tratamento de Reflexologia? Experimente quando lhe apetecer. Às vezes pode ser doloroso, o que significa que é benéfico. Mas o cliente está sempre em controlo e deve dizer sempre ao terapeuta qual a pressão que gosta.
Durante todos estes anos de práctica e ensino de Reflexologia, qual foi a maior aprendizagem? Fazer com amor e seguir a orientação fundamental de Eunice Ingham “Encontre o ponto dorido e trabalhe sobre ele”, sempre de um modo que o receptor tolere. ευχαριστώ! (Obrigada!)