Category: Caminhar

Receptores cutâneos e equilíbrio postural

6/10/2023

O feedback cutâneo da planta dos pés tem um papel fundamental no controlo da caminhada e equilíbrio. Estes são afectados caso este feedback se encontre prejudicado por alguma razão, como por exemplo resfriamento, paralisia e idade.

Intervenções que aumentem e estimulem este feedback cutâneo da planta dos pés contribuem para melhorar o desempenho da caminhada e equilíbrio. A REFLEXOLOGIA PODAL/ORTOPÉDICA contribui significativamente.

Na planta do pé ocorre uma distribuição distinta dos tipos de receptores cutâneos, accionados mediante a captação de diferentes estímulos na pele (mecanoreceptores, termoreceptores, nociceptores, proprioceptores).
A informação de cada receptor é enviada para o cérebro, separadamente, em feixes, de acordo com o tipo de fibras, o que irá definir a velocidade a que chega ao sistema nervoso central.

A borda lateral da planta do pé e os dedos são zonas sensoriais importantes em delinear os limites físicos da base de suporte e em dar respostas posturais adequadas, dada a existência de uma grande percentagem de receptores com fibras aferentes de condução rápida Tipo I (FAI). Estas são mais sensíveis ao toque e movimento (limiar de disparo baixo).
A densidade maior de fibras aferentes de condução rápida Tipo I (FAI) nos dedos dos pés e borda lateral facilita rotações rápidas e importantes no controlo do balanço.

As fibras aferentes Tipo 1 (FAI) têm um forte acoplamento sináptico aos neurónios motores dos membros inferiores. Daí que, através da activação dos músculos plantares e dorsiflexores é-nos possível controlar melhor o movimento.

O nervo tibial divide-se em 3 ramos a partir da fossa poplítea (joelho): os nervos plantares (medial e lateral) e os ramos mediais do calcâneo. Estes, juntamente com o ramo terminal do safeno (nervo femoral) que abrange a parte lateral do pé, inervam toda a planta do pé.

De referir ainda que cerca de 60% da carga é aplicada nos metatarsos e dedos dos pés, daí a existência de uma maior densidade de receptores nos dedos dos pés, os quais estabelecem o limite frontal da base de apoio.

Problemas de equilíbrio?

Agenda AQUI a tua sessão REFLEXOLOGIA PODAL/ORTOPÉDICA e vamos estimular as áreas mais adequadas.

Caminhar descalço

29/5/2023

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ANDAR DESCALÇO faz bem!

O contacto directo da pele com o solo permite a passagem de eletrões presentes na terra que funcionam como anti-oxidantes no organismo com benefícios ao nível da inflamação. Ajuda também na qualidade do sono, alívio da dor, circulação sanguínea, sistema imunitário... (Oschman J. "et al", 2015, “The effects of grounding (earthing) on inflammation, the immune response, wound healing, and prevention and treatment of chronic inflammatory and autoimmune diseases”)

Uma camada na pele (camada lúcida) presente nos pés e mãos é responsável pela capacidade da pele em esticar e protege o corpo de danos. Ou seja, aqui a resistência mecânica é maior, permitindo com mais facilidade, andar descalço.

REFLEXOLOGIA PODAL faz bem!
O toque nos pés relaxa,
O estímulo de pontos específicos
contribui para
maior tranquilidade, qualidade do sono
aumentar boa disposição, motivação,
diminuir a dor...
(Mais benefícios aqui)
O movimento
remove obstáculos
contribuindo para que a circulação
– sanguínea, linfática, do oxigénio –
seja fluída.

Se sentires, agenda AQUI a tua sessão.

Boas caminhadas, descalço!

Pronação e Supinação

3/2/2023

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A biomecânica do nosso corpo é incrível. Cada peça está ligada a todas as outras de uma forma tão perfeita. Uma pequena alteração numa ponta pode afectar o funcionamento adequado da outra ponta... É uma rede de forças “opostas” que se interligam obedecendo a determinados princípios e asseguram o equilíbrio dos diferentes movimentos.

Por vezes clientes referem que se desequilibram com facilidade. Os pés são a base do equilíbrio. São a segurança em estar e avançar. O que poderá estar a acontecer para haver falta de equilíbrio? Onde poderá estar a causa? A causa biomecânica, vá...

Vamos falar aqui de duas funções importantes dos pés e tornozelos: mobilidade (pronação) e estabilidade (supinação). Pronação é a inclinação do calcâneo para a parte medial do pé; Supinação, quando o peso recai na lateral do pé.
A mobilidade permite a absorção do impacto do peso no chão, permitindo uma adaptação do corpo a superfícies irregulares; a estabilidade assegura uma base estável ao corpo permitindo uma propulsão do peso eficaz ao caminhar, protegendo o tornozelo de eventual instabilidade.
Em condições normais, os pés têm a capacidade de passar de um adaptador móvel para uma alavanca rígida no tempo certo, naturalmente. Os pés precisam de mobilidade suficiente para se adaptarem às diferentes posições e condições ao caminhar mantendo sempre a estabilidade.

O alinhamento dos tornozelos com os joelhos e anca é importante para manter uma posição correcta e as funções adequadas.

Problemas a nível de lesões e posturas podem levar a um desequilíbrio entre pronação (mobilidade) e supinação (estabilidade). Por exemplo, se a mobilidade é demasiada (o pé está demasiado em pronação), os pés têm dificuldade em manter uma estabilidade adequada e segura. Esta situação irá gerar uma tensão e pressão nas estruturas neuromusculares que estabilizam o pé e mantêm a posição vertical. O corpo adapta-se, compensando este desequilíbrio e leva a um eventual desalinhamento. Neste caso, pode verificar-se o seguinte: eversão do calcâneo (na direcção medial), adução e flexão plantar do Tálus, rotação medial do Tálus, rotação medial da Tíbia e Fíbula, joelhos “valgus” (os joelhos aproximam-se), rotação medial do Fêmur, inclinação anterior da zona pélvica.
É importante verificar se houve alguma lesão ao longo desta cadeia cinética (anca, joelhos, tornozelos/pé) que possa estar na origem de um desalinhamento, o qual por sua vez tem consequências ao nível das funções mobilidade e estabilidade do pé/tornozelo. Claro que podemos ir à coluna, caso a origem não seja nestes pontos.

Com a REFLEXOLOGIA PODAL/ORTOPÉDICA é possível fazer trabalho de mobilização do tornozelo/pé de acordo com o desequilíbrio existente, com destaque para a articulação transversa do tarso (articulação Chopart), importante na mobilidade (pronação) e estabilidade (supinação).

+ sobre eversão do pé

Se sentires agenda a tua sessão AQUI 👣 (possível ao domicílio e para qualquer idade).

Fonte: https://fortius.com.br/eversao-do-calcaneo/

Fonte: https://www.physio-pedia.com/Foot_and_Ankle_Structure_and_Function

Pé raso/chato

7/2/2020

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O pé é a base estável para o corpo e actua como uma alavanca para a locomoção. Os ossos do pé suportam o peso do corpo como o arco de uma ponte suporta toda a estrutura da mesma. Observa o teu pé! Vês um arco? E quando caminhas, consegues imaginar o peso do teu corpo a “balançar” do calcanhar para o ante-pé ao dares um passo, como se estivesses a atravessar uma ponte?

Os arcos dão forma ao pé e são de extrema importância para a biomecânica durante a locomoção. A “elasticidade” dos arcos permite distribuir o peso proporcionalmente e dissipar as forças decorrentes do peso no pé antes de alcançar os ossos da perna e coxa; os arcos protegem os vasos sanguíneos e os nervos. O pé é constituído por 3 arcos:

Arco longitudinal medial (maior) - constituído pelos ossos calcâneo, talus, navicular, cuneiformes (3), 1º, 2º e 3º metatarsos; é suportado por Tibialis anterior e posterior, Peroneous/Fibularis longus, Flexor digitorum longus, Flexor hallucis longus (destes, de destacar o Tibialis posterior). Este arco suporta e absorve o impacto de caminhar e dá o impulso.
Arco longitudinal lateral (menor elevação) - constituído pelos ossos calcâneo, cubóide, 4º e 5º metatarsos; é suportado por Peroneous/Fibularis longus, Flexor digitorum longus. Este arco recebe e suporta grande parte do peso do corpo.
Arco transversal – formado pelos ossos cubóide, cuneiformes (3) e base dos 5 metatarsos; é suportado por Peroneous/Fibularis longus e Tibialis posterior.

O tipo de arco define 3 possíveis formatos de pé, com diferentes alinhamentos/posturas:

Pé cavo (arco elevado – menos comum) – postura supinada (tornozelos inclinam-se para fora).
Pé raso/chato (arco pequeno ou inexistente) – postura pronada (tornozelos inclinam-se para dentro).
Pés normais (arco normal - mais comum).

O pé raso/chato pode ser genético ou resultar de um “colapso”, principalmente, do arco longitudinal medial, cuja causa é, em grande parte dos casos, fraqueza do tendão tibial posterior. Aqui podemos aferir a ligação estreita entre a estrutura do arco do pé e a biomecânica da perna inferior.
As pessoas com o pé raso/chato andam com os pés numa posição pronada, ou seja, os pés inclinam-se para dentro; pode provocar dor no calcanhar, dor no arco e fascite plantar.
Os desequilíbrios na biomecânica do pé podem afectar a postura e consequentemente o bem-estar.

A REFLEXOLOGIA ORTOPÉDICA pode ajudar?
Sim. Pode ajudar ao trabalhar os músculos, tendões e/ou ligamentos associados à deformidade, com as técnicas de mobilização adequadas.
O corpo humano é de facto a máquina mais perfeita e, de uma flexibilidade incrível. Estende, contrai, e, quando em desequilíbrio, pode ser trabalhada e estimulada.

Mas o melhor será experimentar, avaliar os teus pés e fazer uma ponte entre nós! Para trabalhar este tipo de alterações, assim como outras que sintas nos teu pés, e que te estão a provocar desconforto, contacta e marca a tua sessão ([email protected]).
Um bom fim-de-semana <3

Adaptado de: http://www.yogaartandscience.com/pblog/files/apr-2007.php

https://www.fixflatfeet.com/weak-ankles/

Adaptado de: https://www.healthline.com/health/bone-health

Raquel Dora Pinho

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Dezembro 2019
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Caminhar & Natureza

30/1/2020

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Todos sabemos o quão é importante e benéfico para o nosso organismo exercício regular. CAMINHAR é um deles! Ajuda na digestão, reforça a mobilidade, contribui para reduzir a pressão arterial e dores, melhora o desempenho cognitivo, aumenta o humor :)

Existem evidências que o contacto com a NATUREZA tem um efeito restaurador ao nível físico e benefícios ao nível psicológico (1):

Contribui para a redução da pressão arterial, frequência cardíaca, tensão muscular
Contribui para a redução de ansiedade e stress (diminuição dos níveis de cortisol) e para o aumento do humor e bem-estar (acréscimo dos níveis de serotonina)
Ajuda em situações de depressão
Melhora a nossa capacidade de atenção
(ao sentirmo-nos parte da Natureza) aumentam os níveis de satisfação, vitalidade, sentido...

Outros estudos demostram que caminhando 2 horas na floresta (na presença de árvores) reforça o sistema imunológico (2).

A Natureza tem ainda a capacidade de nos conectar uns com os outros e com o ambiente que nos rodeia.

As imagens da Natureza produzem benefícios cognitivos, principalmente pela cor e padrões fractais (fenómenos mais complexos e variados relativamente às linhas do ambiente urbano e artificial) (2).
A FOTOGRAFIA é um meio de captar essas imagens, aliado ao que sentimos. “To photograph: it is to put on the same line of sight the head, the eye and the heart.” (Henri Cartier-Bresson)

Os PÉS sustentam o nosso corpo e passo a passo, movimentam-no.
Metade do nosso peso assenta nos dedos quando levantamos os calcanhares. Nas descidas será mais? Sentes o peso do teu corpo nos dedos quando estás a descer uma montanha?! ;)
O músculo Sóleo - parte posterior da perna - por exemplo, é o músculo mais eficaz para a flexão plantar, ou seja, elevação do calcanhar (ângulo entre a perna e o pé) (mais sobre Sóleo aqui).
Um passo numa caminhada "acciona" uma série de músculos, tendões e ligamentos, e portanto, os sapatos a usar devem ser confortáveis, permitindo que toda a biomecânica dos pés funcione correctamente, evitando lesões locais e/ou noutras partes do corpo interligadas.

Vamos caminhar? Para mais informações/inscrições envia mail.
(1) http://www.bbc.com/earth/story/20160420-how-nature-is-good-for-our-health-and-happiness
(2) https://www.theglobeandmail.com/life/health-and-fitness/fitness/why-is-walking-in-the-woods-so-good-for-you/article4209703/

Raquel Dora Pinho

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